quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Capitão Enéas deve ter cautela na questão ambiental

Na última segunda feira aconteceu no prédio da Câmara Municipal Audiência Pública para ventilar a criação de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) em nosso município.  Porém, os interessados, principalmente os proprietários de terras, devem ter muita cautela em relação a este assunto, não é prudente aprovar leis municipais neste sentido, sem a definição e aprovação do Código Florestal, que é uma legislação de âmbito nacional.


O debate sobre a mudança do Código Florestal Brasileiro voltou ao Congresso nesta semana: na quarta-feira (24), o projeto de lei deve ser apreciado pela primeira de três comissões no Senado. A proposta, redigida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), foi aprovada em maio na Câmara, e pode gerar mais polêmica na sua passagem pelo Senado.

O código florestal regulamenta a preservação de áreas florestais dentro de propriedades privadas. Pela legislação atual, o produtor rural tem obrigação de preservar uma porcentagem da cobertura natural, a Reserva Legal - 35% se a propriedade estiver no Cerrado, 80% na Amazônia e 20% em outras regiões do país. Além disso, o código obriga a preservação das chamadas APPs – Áreas de Preservação Permanente. São áreas frágeis, como topos de morros ou beira de rios.

A proposta aprovada pela Câmara isenta propriedades de até quatro módulos rurais (até 400 hectares) de preservar a Reserva Legal e diminui o tamanho das APPs. Também anistia multas ambientais que foram aplicadas até junho de 2008, e aumenta os poderes dos Estados para definir as leis ambientais.

Os ruralistas defendem as medidas, dizendo que a atual legislação ambiental sufoca o produtor rural. Os ambientalistas são contrários, pois acreditam que a nova lei vai gerar mais desmatamento e degradação.
Com a aprovação pela Câmara dos Deputados, a proposta foi para o Senado, onde passará primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça, depois pela Comissão de Agricultura, e por fim, pela Comissão de Meio Ambiente. Os relatores do projeto serão os senadores Luis Henrique Silveira (PMDB-PR) e Jorge Viana (PT-AC).
A primeira comissão analisou o texto nesta quarta-feira (24). Além do texto do código, os senadores terão que avaliar as mais de 30 emendas que foram apresentadas por parlamentares modificando o texto.

Ainda nesta semana, o Senado vai organizar audiências públicas para escutar a opinião de ex-ministros do Meio Ambiente e da Agricultura. O governo tem pressa, e quer que o Código seja votado entre setembro e outubro no plenário do Senado. Se a proposta apresentada pelos senadores for diferente da aprovada pelos deputados, o projeto de lei tem que voltar à Câmara, e só depois pode ser sancionada ou vetada pela presidente Dilma Rousseff.

Diante desse panorama nacional, é sábio aguardar a aprovação do Código Florestal e, não é o momento de propostas como a apresentada na audiência Pública na Câmara Municipal de Capitão Enéas, simplesmente como marketing político na região. Dentro da proposta e debates e o que foi publicado, o que mais destacou foram às frases seguintes: O município de Capitão Enéas será o primeiro do estado de Minas Gerais a criar, por meio de Lei Municipal, Áreas de Preservação Permanentes (APPs) em 23,3 mil hectares, além de unidades de conservação em outros 38 mil hectares, somando 52% de seu território.” (http://www.onorte.net/noticias.php?id=34510).

Vamos preservar sim, isso é fato, mais qual a viabilidade de ter 52% de nosso território municipal protegido? Áreas de reservas devem ser criadas não apenas pensando na preservação ambiental, mas em um modelo de desenvolvimento sustentável. 

4 comentários:

  1. Gerlice,
    como um biólogo que pesquisa a biodiversidade da região há alguns anos, tenho o dever de alertar outros leitores e dizer que você está apresentando informações distorcidas neste texto, demonstrando um certo desconhecimento das propostas apresentadas no dia 22/8 na Câmara Municipal.
    Foi publicado: "O município de Capitão Enéas será o primeiro do estado de Minas Gerais a criar, por meio de Lei Municipal, Áreas de Preservação Permanentes (APPs)". Vejam que absurdo! APPs (beiras de rio, lagoas, córregos, topos de morro e escarpas) não estão sendo criadas pelo município! Elas já são definidas pela legislação ambiental vigente, porém não são respeitadas pelos grandes produtores rurais do município. As APPs foram apenas mapeadas e tiveram sua área calculada, fornecendo um instrumento para monitoramento e fiscalização ambiental. Ou seja, quanto às APPs, que totalizaram 23 mil hectares, isso não é mais do que obrigação do município seguir as leis ambientais vigentes no país!
    Quanto às áreas sugeridas para serem criadas Unidades de Conservação (UCs), foi veiculada a informação de que totalizaram 38 mil hectares, mas não foram escalrecidoas as categorias destas UCs, o que faz muita diferença e provoca confusão na cabeça das pessoas, criando polêmicas em cima de situações mal entendidas. É preciso esclarecer que existem dois grandes grupos de UCs, de acordo com as restrições de uso: 1) UCs de Proteção Integral e 2) UCs de Uso Sustentável. Ou seja, dentre as UCs propostas pela Catena Ambiental ao município de Capitão Enéas, apenas os Monumentos Naturais (MNs) das Lapas da Serra de Santana, Morro do Sabonete e Morro de São João são UCs de Proteção Integral, totalizando menos de 4 mil hectares. E, ainda assim, os Monumentos Naturais são os únicos tipos de UCs de Proteção Integral que não necessitam de desapropriação, permitindo que os proprietários explorem a área de acordo com um plano de manejo.
    Em relação às outras UCs propostas, todas são de Uso Sustentável. Ou seja, permitem as atividades agropecuárias correntes no município. Entretanto, visam uma regularização destas atividades em grandes propriedades no município, principalmente na serra da Malhada Real e ao longo do rio Verde e suas lagoas marginais, que frequentemente ignoram a legislação ambiental vigente, promovendo grande devastação dos remanescentes florestais e utilizando de maneira predatória os solos e a água do rio e das lagoas. Isto é, as propostas de UCs de Uso Sustentável não impedem o município de produzir, mas estimulam os produtores a produzirem utilizando os recursos naturais com maior consciência e responsabilidade.
    Concluindo, foram publicados dados distorcidos, que dizem que 52% do território do município serão protegidos! Destes 52%, cerca de 20% são Áreas de Preservação Permanente (APPs), que já deveriam ser respeitadas de acordo com a legislação vigente (nada mais que obrigação) e menos de 4% serão UCs de Proteção Integral. Ou seja, os quase 30% restantes serão UCs de Uso Sustentável, permitindo atividades produtivas.
    Finalmente, considero um absurdo a falta de critérios e seriedade para veicular informações de tamanha importância! Querida Gerlice, falar de "modelo de desenvolvimento sustentável" sem embasamento técnico é muito fácil...
    Espero que possamos conversar melhor sobre o assunto depois!
    Abraços!
    Reinaldo Duque-Brasil
    Biólogo/DBV-UFV

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  2. Caro Reinaldo, eu raramente respondo comentários, mas como não tenho o seu contato, postei o seu comentário, mas quero fazer uma observação: Você não leu a matéria acima a qual comentou. As informações distorcidas no caso a frase: "O município de Capitão Enéas será o primeiro do estado de Minas Gerais a criar, por meio de Lei Municipal, Áreas de Preservação Permanentes (APPs)". Não é de minha autoria, olha a fonte meu amigo, http://www.onorte.net/noticias.php?id=34510 logo à frente, foi o jornal o norte, da confiança do Prefeito. (a propósito a matéria esta na pagina da prefeitura). Quero disse que concordo com todo o resto do comentário! Ao postar esta frase do Jornal O Norte, a qual estar em itálico na minha matéria e na integra, foi para mostra que o acontecimento era apenas uma mera tentativa de projeção política, por parte de nossos gestores. Gostaria de conversa melhor com você me envie um contato.

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  3. Gerlice o autor do comentário é de Reinaldo Duque Brasil Landulfo Teixeira, este nome diz alguma coisa? foi ele que fez a palestra na audiência? meu Deus! Como você sempre diz: Abra o olho, abra o olho burarama....

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  4. Gerlice não vai na onda do Reinaldo Duque Brasil Landulfo Teixeira, pois quando voce sai da conversa com ele, voce vai acreditar que até a chuva é ele que faz cai!!!!!

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