PF prende 13 em operação contra desvios de recursos públicos em Minas
Gerais
Segundo a
Polícia Federal, empresários, servidores públicos e políticos são acusados de
fraudar licitações de obras públicas, principalmente nas cidades de Januária e
Itacarambi
A operação "Sertão Veredas",
deflagrada pela Polícia Federal em Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, nesta
segunda-feira, resultou na prisão preventiva de 13 pessoas acusadas de
envolvimento num esquema de fraude em licitações e em obras e serviços públicos
em cidades do Norte de Minas. Há em aberto um mandado de prisão contra um
ex-prefeito do Norte de Minas. O dinheiro desviado, entre outros destinos,
era aplicado na compra de imóveis e carros de luxo, propriedades rurais e casas
de veraneio no litoral capixaba e no Sul da Bahia
Formada por empresários, servidores
públicos e políticos, a quadrilha é acusada de fraudar licitações de obras
públicas, principalmente nas cidades de Januária e Itacarambi, no norte
mineiro. No período entre 2011 e dezembro de 2012, segundo o
delegado-chefe da Polícia Federal em Montes Claros, Marcelo Eduardo Freitas,
"a investigação aponta para uma sangria nos cofres públicos próxima a R$ 5
milhões". No entanto, o rombo seria bem maior. "Se somados, os
patrimônios dos acusados chegariam, no mínimo, aos R$ 50 milhões", completou
o também delegado Thiago Amorim.
Com o apoio do Ministério Público
Estadual, três delegados e 100 agentes cumpriram nos três Estados 45 mandados
de prisão, busca e apreensão. Foram apreendidos 45 veículos, entre carros de
passeio e máquinas pesadas, e 60 imóveis estão bloqueados. A Polícia encontrou
também R$ 600 mil em cheques, R$ 60 mil em dinheiro e notas fiscais de origem
duvidosa (frias).
Segundo a investigação, as empresas
emitiam as notas frias para serviços como o de locação de máquinas para a
limpeza das cidades e de pavimentação de ruas e estradas e, em seguida,
aplicavam as verbas desviadas em imóveis e bens. A maioria dessas propriedades
foi registrada em nome de laranjas, que possuem ligações com alguns dos
principais membros do grupo criminoso.
Se condenados, as penas aplicadas a
esses crimes podem ultrapassar os 30 anos de prisão. Nos últimos dois anos, a
PF de Minas Gerais já realizou mais de dez operações de combate ao desvio de
verbas públicas na região.
Com AE e Agência Brasil